segunda-feira, 2 de setembro de 2013

II Simpósio de Jornalismo e Direito encerra com debate: “Discurso da Mídia e responsabilidade ambiental”

“Não se preocupar com o meio ambiente é insustentável”, disse a palestrante Norma Padilha.
O tema em destaque na conferência de encerramento do II Simpósio de Jornalismo e Direito da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus do Araguaia, nesta sexta-feira (30), foi o “Discurso da Mídia e responsabilidade ambiental”. A professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Norma Padilha, iniciou sua palestra explanando sobre a importância do meio jurídico na construção de um novo pensamento sobre o meio ambiente. Apresentou um apanhado histórico dos momentos em que os países começaram a se reunir para debater a respeito da preocupação com a poluição do meio ambiente e as conquistas alcançadas do judiciário para com esse problema. Para concluir disse que o meio ambiente não é questão somente para ecologista, mas de toda sociedade, pois todos nós temos que atuar na manutenção e qualidade de vida e “não se preocupar com o meio ambiente é insustentável”.
O professor doutor da Universidade Federal de Ouro Preto, Reges Schawaab, falou sobre a importância que o profissional da comunicação tem em relatar sobre o meio ambiente. Disse ainda que precisa haver mudanças na forma de abordagem deste tema, pois o discurso ambiental na mídia é um objeto social e econômico essencial. Relatou ainda que os jornalistas começaram a se interessar e informar mais sobre a questão ambiental de fato no Brasil em 1992, com a Rio 92. Para Reges, o jornalista tem que trabalhar em prol de uma nova pauta,  que trate o meio ambiente de forma sistêmica e contextualizada, para que a sociedade possa conhecer e melhorar o ambiente no qual vive. 
No mesmo foco, o procurador da justiça de Mato Grosso e professor da UFMT/Cuiabá, Luis Alberto Scaloppe, iniciou sua fala ressaltando a frequente manipulação do discurso ambiental e que não existe um discurso neutro nem do jornalista, nem do jurista.  Além disso, afirmou que “é preciso reconstruir um discurso para uma melhor qualidade de vida, cidade com conforto para uma vida saudável”.

Rádios comunitárias e racismo ambiental foram temas debatidos na quinta-feira
Na quinta-feira (29/08) a apresentação do grupo de teatro ‘Fazendo Artes’, iniciou a noite de trabalhos do II Simpósio de Jornalismo e Direito. Fazendo Arte é um projeto de extensão do curso de Direito coordenado pelo professor mestre Adam Luiz Claudino de Brito. O grupo apresentou a peça “Peleja do Oeste”, e encerrando a realidade de uma cidade interiorana com problemas ambientais, arrancou boas gargalhadas do público.
A primeira palestra da noite foi ministrada pelo jornalista Dioclécio Ferreira da Luz que começou a sua fala, dizendo: “O desafio ambiental é isso aqui, é o dinheiro”, jogando ao chão algumas moedas do seu bolso. Dioclécio falou sobre rádios comunitárias, sua filosofia de compromisso social, a prestação de serviços e o fator participante do público, em que o povo é quem diz e faz a notícia. Deu foco na legislação vigente atualmente sobre rádios comunitários, mostrando as dificuldades a que esse modelo de rádio está submetido, como carência financeira e o baixo alcance geográfico. Mostrou a demora para se conseguir autorização para o funcionamento de uma rádio comunitária.
Em seguida o defensor público, Hugo Ramos, de maneira descontraída,  fazendo piadas e cantarolando trechos de músicas, o que lhe fez cair no gosto do público, falou sobre racismo ambiental, em que pessoas economicamente desfavorecidas são excluídas de seu direito ao meio. Hugo também salientou a importância de se entender o meio ambiente como um todo, não apenas como “matas e rios”, mas, também como meio cultural e patrimonial, e finalizou a sua participação provocando uma reflexão: “vamos tomar cuidado com o radicalismo, com essa supremacia de achar que somos superiores, todos estamos sujeitos aos impactos ambientais”,

O evento
O II Simpósio de Jornalismo e Direito, que iniciou na terça-feira, 27, contabilizou 450 inscritos. Foram 4 dias com a presença de 11 conferencistas e realização de 15 minicursos e oficinas. Dezoito trabalhos científicos, produzidos por acadêmicos e professores e publicados nos Anais foram apresentados.

O evento foi organizado por um grupo de mais 50 acadêmicos e professores dos cursos de direito e jornalismo da UFMT/CUA e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat). No encerramento na noite desta sexta-feira, as falas foram de agradecimento, tanto do coordenador do evento João Paulo Rocha de Miranda, como dos alunos representantes dos Centros Acadêmicos do curso de Jornalismo e de Direito.



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Texto: estudantes de Jornalismo: Larissa Ferreira e Lázaro Gomes, Carolina da Silva Costa e Isis Kajabiara Silva Medeiros.
Fotos: Gracielle Soares e Lázaro Gomes
Assessoria de Comunicação do IIº Simpósio de Jornalismo e Direito. Contato: simposiojd@gmail.com

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